Visitas das vovós e depois saudades de novo

E de novo saudades. Ok, já compartilhei em outro post que viver longe da família é viver com saudades a maior parte do tempo. Este é um dos sentimentos que tenho que lidar para viver fora do país, mas não é sempre tão difícil. Tem momentos que lembro pouco desta palavra como quando estamos envolvidos com alguma coisa nova e muito interessante, uma viajem ou quando recebemos a visita da família. E este último e mais importante item vivemos à pouco.

As “vovózes” estiveram por aqui. Plural, inventado pela Sofia, que entrou para o nosso dicionário nos 20 dias de visita da minha mãe e minha sogra. Pois é, minha filha pode receber suas duas vovós ao mesmo tempo e eu e o Cássio, por consequencia nossas mães, ou seja, todos bem paparicados.

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Antes da chegada das vovós fomos preparando a Sofi para deixar o quarto neste período, entender quem estava vindo nos visitar e tentamos ainda passar uma ideia com relação ao tempo. Quanto tempo faltava para chegarem, por quanto tempo ficariam e depois quando iam embora.

Costumamos conversar muito com ela. Na verdade desde que era um bebê. Acho importante mesmo que o entendimento não seja completo que ela entenda o que está acontecendo, as mudanças na sua rotina e que possa ir aos poucos participando das discussões em família. Já tenho tentado fazer o exercício de escuta, mas como diz meu sobrinho Francisco, o nenenês é difícil. A escuta hoje é muito mais do seu comportamento, expressões, medos,  pequenas euforias e também das poucas palavras que já se encaixam em pequenas frases.

Então no dia da chegada das vovós ao acordar Sofia perguntei se ela lembrava quem chegaria naquele dia e ela responde com um sorriso enorme:

– Quem? As vovózes.

Depois disso correu para a sala a procura delas. Olhou em baixo do sofá e da mesinha de centro e me disse que elas não estavam ali. A cena foi engraçada. E as minhas explicações com certeza não foram entendidas por completo.

No aeroporto Sofia, com as duas mãozinhas na boca para aumentar o som da voz gritava pelas vovózes. Estava impaciente e quando as viu correu ao encontro. Quanto amor.

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Neste período mantemos algumas rotinas da Sofia como, por exemplo, a creche, mas com horário reduzido para ela curtir mais tempo as vovós.

Tirar Sofia do quarto não foi uma boa ideia, mas foi preciso para o conforto da minha mãe e minha sogra. Nos últimos dias quando ia dormir Sofia parava em frente ao seu quarto e dizia que queria dormir ali. Outro aprendizado para as próximas visitas. Ela já dorme a noite toda sozinha em seu quarto há bastante tempo. Na verdade acho que ela prefere essa independência. Será preciso respeitá-la em outros momentos e buscar outra alternativa para o conforto das visitas.

Durante esse tempo conseguimos curtir muito as vovós e elas à nós. Sofia estava realizada brincando e recebendo carinho o tempo todo. Como eram duas tinha uma vantagem. Quando uma cansava a outra assumia e eu engordei 1k com essa folga e paparicos do período. Hehehehehe

20 dias parecem muito, mas passaram voando. Conseguimos fazer alguns passeios, idas à pracinha, parques, shopping, sessões de pintura com tinta tempera, desenhos …, mas também houveram preocupações. Minha mãe teve alguns contratempos de saúde e precisamos levá-la ao médico: pressão alta. Depois de tudo sob controle novamente, o medo, a vontade de estar mais tempo junto, de cuidar, de ver com meus olhos se está tudo bem ficou maior. Tudo fica mais intenso de longe e é preciso equilíbrio, parceria entre eu, meu marido e minha filha e sempre se fazer presente na família que está longe.

Ao final dos 20 dias despedidas e de novo saudades.

O horário de embarque de volta foi na madrugada, então Sofia não iria se despedir. Estava preocupada em como ela iria reagir quando percebesse que as vovózes tinham ido embora. Então novamente tentei prepará-la, mas isso não é simples, porque as crianças nos surpreendem. E quando acordou Sofia não perguntou pelas vovós naquele dia. Levantou ficou um tempo parada olhando o lugar onde ficavam as malas percebendo que elas não estavam ali e depois disso foi brincar, ver desenho, seguir sua rotina. Estava mais quietinha neste dia. E à tarde perguntei se ela estava com saudade das vovós e ela disse olhando pro céu:

– Vovós, avião. E seguiu sua rotina.

A concepção de saudade e de tempo é muito diferente para uma criança. Claro que ela sente falta e quer mais tempo junto. Mas talvez tenha um jeito de lidar com a distância e a falta diferente dos adultos. Ao menos de mim e do Cássio. Sofia está aprendendo desde muito pequena o que é viver longe da família e vê-los poucas vezes no ano. Ela não sabe como é ficar sempre perto, sempre junto.

E a criança super saudosa que ficaria triste naquele dia não era só a Sofia. Éramos nós os adultos. Nós é que sentimos mais a falta e entendemos que vai demorar à nos vermos de novo. Nós é que sabemos o que é ficar tanto tempo junto e depois ficar tanto tempo distante.

E isso não quer dizer que ela não sinta, e que não tenha amado ter recebido suas vovózes, mas talvez ela curta os bons momentos juntos com o foco maior do que quando estamos distantes. Tenho muito o que aprender com minha filha.

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