O dia já não tinha começado bem. Ventava mais do que o normal. E veja bem, costuma vendar muito na Irlanda.
Sofia aceitou ir para a creche, mas não estava tão feliz como de costume. Seu humor não melhorou ao perceber que ficaria em um lugar onde algumas crianças choravam outras corriam e gritavam iniciando uma manhã bastante agitada. Talvez Sofia, que costuma ir ganhando energia ao longo do dia, precise de um pouco mais de silêncio ou calma para compreender tudo o que estava acontecendo à sua volta.
O dia seguiu num típico clima irlandês: frio, chuva e vento. E com a escuridão completa as 4h da tarde resolvi que era hora de buscar Sofia. Foi então, que descobri que este seria de fato um péssimo dia.
No caminho até a creche o vento quase me carregava. Precisei fazer algumas pausas protegendo-me próximo de muros ou outras barreiras para chegar ao meu destino.
Na volta já com Sofia, o vento estava ainda pior. Estava realmente difícil empurrar o carrinho até em casa. O último trecho até o prédio onde moro é um caminho entre prédios onde o vento costuma encanar. Além disso trata-se de um pequena subida. Para imaginar a cena incluam frio, chuva e os ventos mais fortes que eu já precisei encarar na rua.
O carrinho da Sofia não subia. Era impossível enfrentar o peso que ele tomou e como estava em uma subida fui perdendo força e descendo contra vontade.
No meio da subida consegui me segurar num pilar e abraçada ao carrinho com Sofia pedi ajuda.
Não consigo descrever completamente o tamanho do medo que senti em não conseguir proteger minha filha. Também não imaginava passar por nada parecido.
Tivemos ajuda e Sofia ficou bem. Não chorou em nenhum momento e, embora também estivesse com medo confiou em mim para protegê-la.
Grande guerreira, enquanto ela entrou em casa pronta para brincar eu mal me equilibrava.
Hoje não foi um bom dia afinal. E Irlanda seu clima de inverno não é nada agradável. Passe logo, por favor.
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